segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Bombeiros financiam o serviço de saúde que prestam

MIrante On Line SECÇÃO: Sociedade


20 Out 2008, 10:26h
Diz o presidente da Federação do Distrito de Lisboa, António Carvalho
Bombeiros financiam o serviço de saúde que prestam




As corporações queixam-se que o transporte de doentes não dá dinheiro, mas o que é facto é que continuam a fazê-lo.


Em representação da Liga dos Bombeiros estou mandatado, mais um outro elemento, para negociar o protocolo para o transporte de doentes. Fizemos uma proposta protocolo que já foi entregue ao Ministério da Saúde e aguardamos que seja marcada a primeira reunião de trabalho. O transporte de doentes é diverso nas várias zonas do país. E mesmo no concelho. Enquanto que Vila Franca de Xira tem o hospital aqui mesmo ao lado – só cobra a taxa de saída – Póvoa de Santa Iria – por exemplo cobra 19 quilómetros. O transporte de doentes tem que ser visto numa proposta nacional ponderada. Mas seja em Vila Franca de Xira, na Póvoa ou no Algarve o serviço de saúde dá prejuízo.


Porquê?

Neste momento 47 cêntimos por quilómetro não pagam a mão-de-obra e o gasóleo. Uma ambulância que sai da Póvoa para Vila Franca com dois tripulantes para trazer um doente ou dois não justifica o que cobramos. A média nacional estará em 81 cêntimos o quilómetro porque tem que ser considerado o desgaste da ambulância e o pessoal. Isto dá prejuízo. Nós estamos a financiar o serviço de saúde de prestamos.


E porque continuam a fazê-lo?

Porque é uma questão histórica. Já viu o que era se os bombeiros deixassem de fazer o transporte de doentes? Imagina os milhares de utentes que deixavam de ir às consultas e fisioterapias? Por isso as associações se chamam humanitárias. Há aqui uma questão social de que não nos podemos dissociar. As associações nasceram para servir a população, embora nas zonas mais urbanas se olhe para os bombeiros como um prestador de serviços. Se formos para o Portugal profundo os bombeiros são os únicos ao lado das populações. Se os bombeiros fizessem essa prestação de serviços os utentes teriam que comparticipar de forma incomportável.


Leia a entrevista completa na edição semanal de O MIRANTE que sai à quinta-feira.

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