sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Bombeiro de Tomar acusa comandante de favorecer o filho


Manuel Mendes desconhece teor das acusações e diz estar de consciência tranquila

Câmara de Tomar avança com inquérito para averiguar os factos, depois de receber denúncia.
Um operacional dos Bombeiros Municipais de Tomar acusa o comandante, Manuel Mendes, de favorecer o seu filho, Paulo Mendes, que é igualmente bombeiro nessa corporação. Paulo Jorge Silva, bombeiro de 1.ª classe, dirigiu uma carta à Câmara Municipal de Tomar queixando-se de ter sido preterido pela corporação, em detrimento de Paulo Mendes, para frequentar, em 2006, o curso de formador de condutores de embarcações de socorro na Escola Nacional de Bombeiros.
“Fui seleccionado e o Sr. Comandante ‘nas minhas costas enviou o filho’”, aponta na missiva dirigida ao actual vereador responsável pelo pelouro dos bombeiros, Ivo Santos (PSD). Paulo Silva dá outro exemplo, ocorrido com outro colega da corporação que estava destinado a frequentar o curso de formação de formadores e, uma vez mais, foi Paulo Mendes a frequentar a acção formativa.
Foi O MIRANTE que informou o comandante dos Bombeiros Municipais de Tomar, Manuel Mendes, que a situação tinha sido tornada pública na última reunião do executivo camarário, a 14 de Outubro. “Não me chegou nada às mãos pelo que esse senhor terá que provar tudo o que disse”, afirma. Manuel Mendes refuta as acusações de favoritismo pessoal, acrescentando que é a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) que selecciona os formandos pelo que é esta entidade que deve dar as explicações sobre o sucedido. “Estou de consciência tranquila”, conclui, sem querer alongar-se em mais comentários enquanto não tiver conhecimento oficial do assunto.
Junto à carta enviada à câmara municipal, o bombeiro anexou um CD contendo, supostamente, uma gravação de uma conversa telefónica no gravador de chamadas instalado no quartel. Circunstância que, para Paulo Silva, é “a consubstancialização da prova do ilícito”. O bombeiro solicita que, com base nas provas documentais remetidas, seja aberto um processo judicial contra o comandante da corporação, “para ressarcimento dos danos morais e materiais” que foram infligidos à sua pessoa.
O vereador Ivo Santos explicou a O MIRANTE que, na sequência desta denúncia, foi decidido pelo executivo municipal nomear dois instrutores de modo a se poder avançar com o processo de inquérito para averiguação dos factos.
Refira-se que Paulo Silva ficou ferido na cabeça na sequência da queda de um pinheiro, durante o combate ao incêndio de Ourém ocorrido a 3 de Outubro e esteve internado no Hospital dos Covões, em Coimbra, até esta terça-feira, 14 de Outubro, pelo que não foi possível chegar à fala com o mesmo.

In Mirante On line

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