sábado, 20 de dezembro de 2008

Blogue dos Bombeiros de Almeirim, completa 2 Anos de vida

19 DEZEMBRO 2008

Blogue dos Bombeiros de Almeirim, completa 2 Anos de vida






Há chefes que estão sempre prontos a intervir, quando se trata de censurar ou punir, mas que nunca encontram uma palavra de alento ou de louvor, sob pretexto de que, realizando a sua missão, os homens não fizeram mais do que o seu dever. Cumprir o seu dever nem sempre é coisa fácil, e o ser humano por natureza necessita de sentir-se apoiado pela aprovação daqueles que têm o encargo de guiá-los. Para ele, é motivo de confiança, prova de que está no bom caminho e incitamento a prosseguir.



Nada corrói tanto o entusiasmo dum homem como o sentimento de que os chefes são indiferentes às suas provas, às suas alegrias e ao seu trabalho.



Não seria possível saber-se a que ponto o coração humano é sensível aos métodos de confiança. Duvidar apriori dum subordinado, sobretudo jovem, é liquidá-lo. Duvidar da sua reabilitação após uma falta, é perdê-lo completamente.



Quantas magníficas energias desperdiçadas, porque não encontraram na hora decisiva justa recompensa, alento inteligente, amizade que espevitasse a sua coragem!



Diz uma lei de psicologia que o melhor meio de provocar a repetição dum acto bom é ligar na memória a ideia do dever cumprido com um sentimento agradável. Para muitos, a satisfação da consciência tem de ser reforçada pelo prazer da compreensão e da recompensa.



Em cada ser humano existem valores positivos e construtivos que carecem de ser descobertos e desenvolvidos. Necessita de valorizar as suas forças e as suas aptidões, porque é para ele o modo de afirmar a sua personalidade. Todo o homem, seja qual for, se deixa entusiasmar de verdade pelo sentimento de ter um chefe que o ajuda a dar realce aos dons que recebeu.



O operário não aceita bem que se neguem as suas aptidões, se ignorem ou menosprezem e, se alguém reprime a confiança em si, reage contra a organização de que se sente vítima. O melhor remédio consiste em proporcionar-lhe ocasião de mostrar o seu valor, a sua iniciativa e o seu critério, apelando para a emulação. Designar-lhe, se necessário, uma tarefa que exija dele certa responsabilidade, fará desaparecer o sentimento de subordinação cujo peso dificilmente suportava.



Acautelai-vos desse deplorável capricho dos velhos chefes rabugentos aos quais o mais louvável esforço não arranca senão um "Pâh!" desconfiado, e cuja paixão não se satisfaz senão com a censura.



Se observais com cuidado, vereis que são as pessoas que não podem louvar e que censuram sempre, que não estão satisfeitas com ninguém; reconhecereis que são estas mesmo de que ninguém gosta. (La Bruyère)



A necessidade de se sentir apreciado decorre da necessidade de se afirmar, de triunfar, de se impor. Por isso, o resultado atesta a utilidade do esforço. A apreciação de outrem, em particular a dos chefes, vem ainda confirmá-lo e desempenha um papel psicológico enorme.



Não há nada melhor para estimular um homem que se encontra a caminho do desânimo do que notar que é olhado com simpatia pelo seu chefe e ver o seu trabalho apreciado e posto em relevo.



Quanto mais considerardes as boas qualidades de cada um, tanto mais benevolente sereis a seu respeito. Procurai, e encontrareis, algum mérito nos mais deserdados dos seres humanos. "Em todo o homem, ainda que seja um bandido, há pelo menos 5% de bondade"^ gostava de dizer Baden Powell.



Conheci um homem que tinha praticado muitas acções boas e um número importante de acções censuráveis.

No dia em que o vi indeciso entre essas diversas tendências, comecei por dizer-lhe certas frases que principiavam pouco mais ou menos assim:

V. que é tão bom...

V. que praticou tal e tal coisa...

Ora, aconteceu que tal homem se tornou realmente muito-bom, para não desfazer a reputação que tinha assumido.

Se eu tivesse atraído a atenção de tal homem para as baixezas do seu carácter, tornar-se-ia talvez por completo um pirata. (Duhamel)



Infelizmente é raro encontrar-se um chefe que saiba exprimir, no momento próprio, a sua satisfação pelo esforço dispendido ou por um trabalho bem feito... Parte do princípio de que o trabalho "deve" ser bem feito e que, enquanto nada se diz, é que se está contente. E exacto, e no entanto "o súbdito carece de ouvir dizer que se está satisfeito com ele". Assim se lhe confirma que está no bom caminho, que é apreciado.

Será portanto necessário distribuir louvores à direita e à esquerda, sem descanso ? Não, porque isso nada adiantaria. A arte do chefe está em saber mostrar a sua satisfação no momento em que o subordinado dela tem necessidade, seja após um grande esforço, quando superou dificuldades interiores ou realizou algum progresso, seja para restituir-lhe o entusiasmo, quando ia a perder a confiança em si próprio. Nunca deve esquecer-se que o subordinado carece da estima e da confiança de seu chefe para poder dar o seu pleno rendimento. (A. Carrard)



Tudo se pode conseguir dum homem a quem se diz: "Peco-vos um esforço e sei que sois capaz de dá-lo".



Não convém estar sempre a presentear os seus homens. De resto, é altamente louvável pretender ser-lhes agradável de tempos a tempos. Mas não deve por isso tomar-se o hábito de recompensar a sua maneira de servir, isso abaixar-lhes-ia o ideal.



Saber apreciar o esforço do homem, é fazer surgir nele o sentimento do aprumo que se prende ao que ele cria, é pôr em acção o que nele há de melhor, é também estabelecer uma justa distinção entre o serviço espontâneo e a servidão.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Falta de formação dos bombeiros é o principal problema no combate aos fogos


A formação dos bombeiros continua a ser "uma das maiores fragilidades" do sistema de combate a incêndios florestais e é responsável pela falta de resposta nos fogos de grande dimensão, indica um estudo que é hoje apresentado em Coimbra.
"Apesar das melhorias, a formação dos bombeiros, que continuam ainda a constituir o grosso dos efectivos nos teatros das operações, continua a ser uma das maiores fragilidades do sistema", refere o estudo "Incêndios em Portugal: uma análise crítica do pós-2003", encomendado pela Autoridade Florestal Nacional (AFN) à Liga para a Protecção da Natureza (LPN).
Segundo o documento, a falta de formação é responsável pela "inexistência de uma capacidade de resposta adequada ao nível do combate alargado", quando falha a primeira intervenção.
O estudo da LPN destaca que o sistema melhorou ao nível da primeira intervenção e do ataque inicial aos fogos, mas essa melhoria "não se terá verificado para fazer face a incêndios de grande dimensão" (combate ampliado).
Joaquim Sande Silva, da LPN, disse à Agência Lusa que o combate ampliado "continua a ser o grande calcanhar de Aquiles".
"Ainda não nos apercebemos da dimensão do problema porque não tivemos uma época de incêndios graves nos últimos três anos. Quando isso acontecer todas as fragilidades ao nível do combate alargado vêm ao de cima", disse.
Isto porque "o dispositivo está baseado nos bombeiros voluntários, que não têm formação, disciplina e organização suficiente para fazer face a situações de grande incêndios, que exigem conhecimentos aprofundados sobre o comportamento do fogo e técnicas de combate".
Joaquim Sande Silva propõe que se deve estender acções de formação aos corpos de bombeiros e "progressivamente substituir o bombeiro generalista que faz combate alargado por gente especializada".
Actualmente, o Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR, a força especial de bombeiros "Canarinhos", os sapadores florestais, o Grupo de Análise e Uso do Fogo e as brigadas da associação de produtores florestais AFOCELCA são as unidades que operam ao nível de primeira intervenção, segundo o estudo.
O responsável adiantou que se deveria alargar o âmbito do trabalho destas forças ao combate alargado para "não se ficar dependente dos bombeiros voluntários".
O estudo aponta, igualmente, como "fragilidades" o sistema de detecção de incêndios fixo, propondo que a Rede Nacional de Postos de Vigia, a cargo da GNR, seja revista e se passe para a detecção automática através do aproveitamento das novas tecnologias e ao longo de todo o ano.
O documento da LPN diz, também, que "a instabilidade criada pelas constantes alterações à legislação e às orgânicas das instituições não favorece a adopção das medidas necessárias para a defesa da floresta contra incêndios".
"Um bom exemplo de permanente instabilidade são os serviços florestais do Estado, que assumiram três designações diferentes ao longo dos últimos cinco anos (DGF, DGRF e AFN)", lê-se no documento, numa referência à Direcção-Geral das Florestas, Direcção-Geral dos Recursos Florestais e Autoridade Florestal Nacional.
O estudo critica igualmente que o processo de cadastro das propriedades não tenha sido iniciado, apesar de estar previsto há cinco anos.
A floresta portuguesa ocupa uma área aproximada a 3,4 milhões de hectares, cerca de 40 por cento do território nacional, e caracteriza-se por uma baixa diversidade de espécies. Eucalipto, sobreiro e pinheiro-bravo são as principais.
O Estado detém dois por cento da área florestal, pertencendo a maioria (77 por cento) a proprietários individuais.
Os anos de 2003 e 2005 apresentaram os maiores valores em áreas ardidas, com cerca de 425 mil hectares e 338 mil hectares respectivamente. A partir de 2006 registou-se uma descida, rondando a média dos três anos os 40 mil hectares.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Presidente do INEM instaura auditoria para apurar falhas do novo sistema


Presidente do INEM instaura auditoria para apurar falhas do novo sistema
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) anunciou hoje que instaurou uma auditoria ao Sistema Integrado de Atendimento e Emergência Médica e ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Lisboa e Vale do Tejo.
“Foi instaurada uma auditoria interna ao novo software em operação desde Março deste ano”, afirmou Abílio Gomes na Comissão Parlamentar de Saúde, onde foi ouvido durante três horas a pedido do Bloco de Esquerda (BE) e do CDS-PP.
Abílio Gomes respondia, assim, às críticas dos deputados sobre alegadas falhas de prestação de socorro às vítimas e descoordenação no serviço.
“Verificou-se a ocorrência de situações trágicas e fatais, excesso de demora do atendimento ou falta de resposta do INEM”, afirmou o deputado do BE João Semedo, que questionou Abílio Gomes sobre se o INEM “não sente a necessidade de recorrer a outros meios de auditoria”.
A deputada do CDS-PP Teresa Caeiro afirmou, por seu turno, que desde que “a direcção tomou posse em Março o INEM tem vindo a ser notícia constante por maus motivos”.
Já o deputado comunista Bernardino Soares afirmou que “é visível que os portugueses sentem uma certa insegurança na emergência médica que corresponde em muitos casos a situações de menos capacidade de resposta”.
Respondendo às críticas dos deputados, o presidente do INEM assegurou que “não existem chamadas não atendidas pelo CODU de Lisboa e Vale do Tejo”.
“O que existe são chamadas que, sendo registadas na central telefónica, são abandonadas, desligadas pelo contactante na origem”, sublinhou o responsável, adiantando que estas representam 14 por cento do total de chamadas e que o seu tempo médio de espera é de 55 segundos.
“Onze por cento dessas chamadas foram desligadas no intervalo inicial dos zero aos cinco segundos”, adiantou o responsável.
O responsável admitiu que, em situações de "pico", o tempo de atendimento "pode ser mais prolongado".
Abílio Gomes informou, no entanto, que todas as chamadas que chegaram ao CODU de Lisboa e Vale do Tejo, entre Outubro e Setembro, foram atendidas num tempo médio de 23 segundos.
Perante as explicações do presidente do INEM, a deputada do CDS-PP questionou-o sobre se “não é de imaginar que alguém que está do outro lado da linha numa situação de emergência se canse de esperar dois minutos ou três minutos” por uma resposta, quando as regras internacionais ditam que o tempo até ao envio de meios deve ser de dois minutos. Numa exposição que realizou durante a audição, o responsável avançou que houve um aumento do número total de chamadas de emergência entre 2007 e 2008. Houve também um “aumento muito significativo” dos accionamentos de meios, avançou.
No que respeita às reclamações, Abílio Gomes adiantou que tem havido uma descida ao longo deste ano, com 35 registadas em Janeiro e apenas uma em Novembro.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008