domingo, 4 de fevereiro de 2007

Emergência Médica - Falta de Conhecimento da População

"A única coisa que não poderão nunca retirar ao emergencista é o prazer, satisfação e honra de perceber o que representa salvar uma vida. E se “salvar pelo menos uma vida, é salvar toda a humanidade”, então, pela parte destes profissionais ela está salva há muito. Assim os restantes cidadãos cumpram com o que lhes é pedido."

A falta de informação disponibilizada á generalidade da população,provoca alguns equivocos...
Emergência Médica

A emergência médica está na ordem do dia e também nestas páginas, um digníssimo leitor (Casimiro Dias Luís) tomou a parte pelo todo, relatando – na última edição de O MIRANTE, um caso a que assistiu, de um jovem que demorou muito tempo a ser assistido. A fim de minorar algum desconhecimento importa referir alguns números que ajudarão a compreender o que se passa.

O número de chamadas por ano para o 112 ronda um milhão e meio. Dessas, cerca de 25.000 são falsas. Das verdadeiras, apenas cerca de 10% necessitam do envio de meios para o local. Sabendo-se não ser possível ter disponível a cada momento uma ambulância ou uma VMER - Viatura Médica de Emergência e Reanimação (a de Santarém cobre 8 concelhos e cerca de 200 000 habitantes), compreende-se a dificuldade de quem faz a triagem em adequar meios a cada situação. Ainda para mais quando nem sempre lhe são dadas informações correctas e/ou suficientes por quem telefona.

As considerações que o leitor faz em relação às velocidades e avisos sonoros não merecem grandes comentários. Outras considerações poderiam ser feitas, nomeadamente quanto ao facto de a maioria dos profissionais de emergência efectuar esta actividade arriscando a sua própria vida, dia e noite, ao Sol e à chuva, em períodos de repouso da sua normal actividade clínica, auferindo honorários que roçam o ridículo. Mas esta é uma realidade que a nossa sociedade e o cidadão comum tenta, sabe-se lá porquê, ignorar ou esquecer. A única coisa que não poderão nunca retirar ao emergencista é o prazer, satisfação e honra de perceber o que representa salvar uma vida. E se “salvar pelo menos uma vida, é salvar toda a humanidade”, então, pela parte destes profissionais ela está salva há muito. Assim os restantes cidadãos cumpram com o que lhes é pedido.

João M. G. Nunes

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