quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Presidente do INEM instaura auditoria para apurar falhas do novo sistema


Presidente do INEM instaura auditoria para apurar falhas do novo sistema
O presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) anunciou hoje que instaurou uma auditoria ao Sistema Integrado de Atendimento e Emergência Médica e ao Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) de Lisboa e Vale do Tejo.
“Foi instaurada uma auditoria interna ao novo software em operação desde Março deste ano”, afirmou Abílio Gomes na Comissão Parlamentar de Saúde, onde foi ouvido durante três horas a pedido do Bloco de Esquerda (BE) e do CDS-PP.
Abílio Gomes respondia, assim, às críticas dos deputados sobre alegadas falhas de prestação de socorro às vítimas e descoordenação no serviço.
“Verificou-se a ocorrência de situações trágicas e fatais, excesso de demora do atendimento ou falta de resposta do INEM”, afirmou o deputado do BE João Semedo, que questionou Abílio Gomes sobre se o INEM “não sente a necessidade de recorrer a outros meios de auditoria”.
A deputada do CDS-PP Teresa Caeiro afirmou, por seu turno, que desde que “a direcção tomou posse em Março o INEM tem vindo a ser notícia constante por maus motivos”.
Já o deputado comunista Bernardino Soares afirmou que “é visível que os portugueses sentem uma certa insegurança na emergência médica que corresponde em muitos casos a situações de menos capacidade de resposta”.
Respondendo às críticas dos deputados, o presidente do INEM assegurou que “não existem chamadas não atendidas pelo CODU de Lisboa e Vale do Tejo”.
“O que existe são chamadas que, sendo registadas na central telefónica, são abandonadas, desligadas pelo contactante na origem”, sublinhou o responsável, adiantando que estas representam 14 por cento do total de chamadas e que o seu tempo médio de espera é de 55 segundos.
“Onze por cento dessas chamadas foram desligadas no intervalo inicial dos zero aos cinco segundos”, adiantou o responsável.
O responsável admitiu que, em situações de "pico", o tempo de atendimento "pode ser mais prolongado".
Abílio Gomes informou, no entanto, que todas as chamadas que chegaram ao CODU de Lisboa e Vale do Tejo, entre Outubro e Setembro, foram atendidas num tempo médio de 23 segundos.
Perante as explicações do presidente do INEM, a deputada do CDS-PP questionou-o sobre se “não é de imaginar que alguém que está do outro lado da linha numa situação de emergência se canse de esperar dois minutos ou três minutos” por uma resposta, quando as regras internacionais ditam que o tempo até ao envio de meios deve ser de dois minutos. Numa exposição que realizou durante a audição, o responsável avançou que houve um aumento do número total de chamadas de emergência entre 2007 e 2008. Houve também um “aumento muito significativo” dos accionamentos de meios, avançou.
No que respeita às reclamações, Abílio Gomes adiantou que tem havido uma descida ao longo deste ano, com 35 registadas em Janeiro e apenas uma em Novembro.

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