terça-feira, 18 de agosto de 2009

Tudo o que deve saber sobre a Gripe A

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O que é, como se transmite, como pode evitar o contágio e para quando uma vacina contra a Gripe A. São perguntas cada vez mais frequentes. As respostas estão aqui…
O que é este novo vírus da gripe?

O novo vírus da Gripe A (H1N1) apareceu recentemente e é um subtipo do vírus da gripe que afecta os seres humanos. É a primeira vez desde 1968, data da última pandemia de gripe, com origem em Hong-Kong, que surge uma mutação com tão grande capacidade para se propagar.

Esta nova estirpe contém genes das variantes humana, aviária e suína do vírus da gripe e apresenta-se numa combinação nunca antes observada.
Ao contrário do vírus típico da gripe suína, este novo vírus é transmissível entre humanos.

Como se transmite o H1N1 ?

A forma de contágio é semelhante à da gripe sazonal. O vírus transmite-se de pessoa a pessoa através de gotículas libertadas pela pessoa infectada, quando fala, tosse ou espirra.

Os contactos próximos (menos de 1 metro de distância) com uma pessoa infectada, podem por isso representar situações de risco.

O contágio pode também verificar-se indirectamente, através do contacto com objectos ou superfícies onde as gotículas de saliva possam ter caído - maçanetas de portas, corrimões, "ratos" e teclados de computador, pegas de carrinhos de compras, etc.

Tal como o vírus da gripe sazonal, o H1N1 pode sobreviver várias horas em superfícies, pelo que se aconselha que as mais tocadas sejam limpas e desinfectadas com frequência.

Como evitar o contágio?

O período de incubação do vírus, ou seja, o tempo que decorre entre o momento em que a pessoa é infectada e o surgimento dos primeiros sintomas, pode variar entre 1 a 7 dias, logo podemos estar perto de alguém infectado sem o sabermos.

As recomendações médicas são claras: manter pelo menos um metro de distância de outras pessoas, lavar com muita frequência as mãos, utilizando para isso sabão ou álcool, limitar o contacto com algumas superfícies por onde terão passado muitas outras mãos.

Outras sugestões, em tempo de Verão, passam por evitar locais públicos fechados e pouco arejados. Optar preferencialmente por actividades ao ar livre.

Caso sejamos nós os portadores do vírus e já tenhamos disso conhecimento, podemos evitar a disseminação de diferentes formas:

- Limitar ao máximo o contacto com outras pessoas.

- Manter o isolamento em casa, durante sete dias ou até que os sintomas desapareçam.
- Cobrir a boca e o nariz com lenços de papel sempre que espirrar ou tossir. Nunca reutilizar os lenços de papel.

- Lavar frequentemente as mãos com água e sabão, em especial depois de tossir ou espirrar.

- Nos contactos com outras pessoas utilizar máscara de protecção.

Durante sete dias quem está doente poderá infectar quem o rodeia.
É o chamado período de transmissibilidade. Por precaução deve-se considerar que um doente mantém a capacidade de infectar outros enquanto manifestar sintomas.

Quais os sintomas da Gripe A ?

Os sintomas de infecção pelo novo vírus são semelhantes aos provocados pela gripe sazonal: febre, tosse, dores de garganta, dores de cabeça e musculares, arrepios.

Ainda assim há algumas diferenças que poderão ser levadas em conta. A febre poderá ser mais elevada (39º ou mais), a tosse seca e intensa, as dores musculares também mais intensas, calafrios frequentes e o eventual surgimento de vómitos e diarreia, sintomas pouco típicos da gripe convencional.

O que acontece depois de diagnosticada a doença?

Em Portugal há procedimentos padrão que as autoridades de saúde aconselham.

O primeiro contacto de um doente que apresente sintomatologia suspeita deverá ser para a Linha de Saúde 24 ( 808 24 24 24 ) .

Os profissionais de saúde farão a triagem e caso considerem que o doente preenche os critérios de caso suspeito deverão providenciar transporte para o hospital de referência mais próximo, ou para os novos Serviços de Atendimento da Gripe a funcionarem, maioritariamente em centros de saúde.

Actualmente são oito os hospitais de referência para a Gripe A: Vila Real, Santo António e São João, no Porto, Hospitais da Universidade de Coimbra e Pediátrico de Coimbra, Curry Cabral e D. Estefânia, em Lisboa e Hospital de Faro.

Quanto aos Serviços de Atendimento da Gripe estão a abrir progressivamente, nas regiões onde se registam mais casos.

Por ser de transmissão fácil, todos os contactos próximos com doentes suspeitos de serem portadores do vírus devem seguir normas de segurança, nomeadamente a utilização de material de protecção individual, como máscaras e luvas, pelos profissionais de saúde.


A opção de internar em isolamento os doentes suspeitos visa apenas, segundo as autoridades de saúde nacionais, evitar a propagação do H1N1 na comunidade. Esta medida poderá deixar de ser tomada caso o número de infectados cresça exponencialmente.

Enquanto se espera pelo resultado das análises o doente é mantido em isolamento hospitalar.

Confirmado o diagnóstico de caso positivo, o doente poderá manter-se internado mais alguns dias se a sua situação clínica de gripe assim o exigir ou poderá ter alta e continuar a medicação em casa.

Nesta situação é solicitado ao doente que mantenha o isolamento, durante pelo menos dez dias, evitando todos os contactos próximos e protegendo-se sempre que os mesmos sejam inevitáveis.

A confirmação de um caso de infecção pelo H1N1 obriga posteriormente ao contacto, seguimento e vigilância de todos os que estiveram próximos. Esta referenciação permite estabelecer a cadeia de transmissão do vírus e na maior parte das situações travá-la.

Os contactos mais próximos são normalmente sujeitos a quimio profilaxia com antivirais, como medida preventiva.

Este tratamento não previne o contágio indefinidamente. Passado o efeito do antiviral, que mantém a imunidade 7 dias após a última toma, a pessoa poderá ser infectada.

Para quando a vacina?

O H1N1, que em Março deste ano entrou em circulação, é um vírus da gripe absolutamente novo. Foi baptizado como estirpe californiana, por ter sido neste estado americano que o vírus foi devidamente identificado pela primeira vez, apesar dos primeiros casos de doença se terem registado no México.

Em meados de Abril, o laboratório de Atlanta, nos EUA, confirma que se trata de facto de uma estirpe desconhecida.

Nestes meses de circulação, o vírus H1N1 tem-se mantido estável e é sobre a estirpe californiana, em conjunto com outras 20 estirpes entretanto identificadas, que os diferentes laboratórios farmacêuticos têm desenvolvido toda a investigação da vacina, cujas primeiras apresentações poderão estar disponíveis em Setembro, segundo as mais recentes estimativas da Organização Mundial de Saúde.

Por serem medicamentos particularmente sensíveis, as vacinas exigem um processo longo e complexo de investigação e desenvolvimento.
Normalmente são necessários anos para desenvolver uma vacina segura.
Daí que a vacina contra o H1N1 não esteja ainda disponível.

Portugal definiu um plano de vacinação para 30% da população. Nestes 30% incluem-se os doentes crónicos, profissionais de saúde, forças de segurança e detentores de cargos essenciais à manutenção da sociedade.

Primeira pandemia do século XXI

Esta que é a primeira pandemia do século XXI é também, de acordo com a OMS, a que mais rapidamente se propagou pelo globo.

Enquanto que as anteriores pandemias de gripe demoraram meio ano a dar a volta ao mundo, o H1N1 chegou a todos os continentes em apenas seis semanas.

Apesar da agressividade na propagação, o vírus tem-se revelado benigno nas suas manifestações clínicas, com sintomas semelhantes aos da gripe sazonal.

por Isabel Pereira Santos, RTP actualizado às 19:57 - 17 Agosto '09 "...

Nuno Touret (Eng.º)- Bombeiro Voluntário em Almeirim

Serviço Municipal de Protecção Civil de Ourém

Comandante Operacional Municipal de Ourém

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