quinta-feira, 15 de maio de 2008

início da fase "Bravo"


Incêndios: Nove milhões de euros investidos em equipamentos... (ACTUALIZADA)
15 de Maio de 2008, 21:10

Lisboa, 15 Mai (Lusa) - O ministro da Administração Interna, Rui Pereira, disse hoje que os Governos Civis investiram, nos dois últimos anos, nove milhões de euros em equipamentos individuais para os bombeiros, subsídios que vão continuar a ser dados.

Em conferência de imprensa, na Autoridade Nacional de Protecção Civil, em Carnaxide, Oeiras, para assinalar o início da fase "Bravo" de combate aos incêndios florestais, Rui Pereira sublinhou que o Governo "está a fazer um esforço considerável na área da protecção civil".

Segundo o ministro, os Governos Civis "contribuíram com um orçamento de nove milhões de euros para equipar as corporações de bombeiros com protecção pessoal em 2006 e 2007".

Quanto ao futuro, garantiu que os bombeiros podem continuar a pedir aos Governos Civis fundos para equiparem os profissionais com fatos de protecção adequados.

"Desde 2006 que ficou estabelecido que os subsídios para equipamentos individuais dos bombeiros seriam dados pelos Governos Civis", afirmou.

Rui Pereira salientou, também, que pela primeira vez o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) contempla verbas para a protecção civil, designadamente para viaturas e instalações.

No âmbito do QREN, que constitui o enquadramento para a aplicação da política comunitária de coesão económica e social em Portugal no período de 2007-2013, vão ser distribuídas aos bombeiros 95 viaturas.

Rui Pereira reagia às acusações da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) e da Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP), que hoje consideraram que é necessário um investimento "urgente" nos equipamentos das corporações, como viaturas e fatos de protecção individual.

O ministro disse que nas últimas semanas tem percorrido o país e que "as viaturas estão em óptimas condições" e que "não viu" veículos dos bombeiros em "mau estado".

Na conferência de imprensa, o ministro garantiu também que o dispositivo de combate a incêndios florestais para este ano "não vai ser afectado" com o aumento do preço dos combustíveis, uma vez que todos os custos, incluindo os combustíveis, são suportados pelo Governo através da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

Na fase "Bravo", que hoje se iniciou, estão mobilizados 1.575 veículos, 575 dos quais dos bombeiros.

Segundo Rui Pereira, as viaturas vão estar "operacionais" graças a um esforço financeiro da ANPC.

No ano passado, antes do início da fase "Bravo", houve um adiantamento aos bombeiros, mas este ano tal não se verificou por o pagamento mensal "estar em dia", segundo o presidente da ANPC, Arnaldo Cruz.

A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) disse hoje que as corporações dos bombeiros estão "à beira da ruptura" devido ao aumento do preço dos combustíveis, mas numa referência ao transporte de doentes.

As associações de bombeiros fazem 20 milhões de quilómetros por dia para transportar doentes e, apesar dos aumentos dos combustíveis, há dois anos que o preço do quilómetro não é actualizado pelo Ministério da Saúde, queixou-se a LBP.

Sobre esta queixa da Liga, o ministro disse que o transporte de doentes "não" é da competência do Ministério da Administração Interna, que tem a responsabilidade da prevenção e combate aos incêndios florestais.

A fase "Bravo", a segunda mais crítica (depois da fase "Charlie", a que mobiliza mais meios humanos e materiais), conta com 1.601 equipas, num total de 6.625 elementos, 1.592 veículos e 30 meios aéreos, prolongando-se até 30 de Junho.

O comandante operacional nacional da ANPC, Gil Martins, disse, na conferência de imprensa, que a partir de hoje estão disponíveis 18 meios aéreos, entrando a 01 de Junho mais 10 e a 15 de Junho outros dois.

A esses meios juntam-se dois helicópteros bombardeiros ligeiros da AFOCELCA, uma associação de empresas do sector papeleiro e de celulose, e brigadas de outros agentes presentes no terreno, estando ainda disponíveis dois helicópteros da Força Área Portuguesa.

Todo este dispositivo é coordenado pela Autoridade Nacional de Protecção Civil, através do seu Comando Nacional e Comandos Distritais de Operações de Socorro.

Segundo Gil Martins, o início da fase "Bravo" fica também marcado com um novo alerta, o "azul".

"A partir de hoje entramos em alerta azul", o mais baixo de uma escala de cinco, adiantou.

Na conferência de imprensa, que a ANPC chamou "1º briefing técnico operacional com jornalistas", foram ainda divulgados os resultados da área ardida até 30 de Abril.

Desde o início do ano e até 30 de Abril arderam 2.890 hectares, 2.206 dos quais em mato.

CMP.

Lusa/Fim

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