terça-feira, 20 de março de 2007

Bombeiros não aceitam proposta do INEM

O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) disse que recusa os novos tarifários propostos pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para subsidiar os transportes de urgência realizados pelas ambulâncias das corporações.

Em declarações à agência Lusa, Duarte Caldeira diz que concorda com o protocolo que vai assinar com o INEM e com a Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC), mas discorda do tarifário anexo, que, garante, não significa qualquer aumento para os bombeiros.

A comparação entre a nova tabela e a antiga, a vigorar há pelo menos seis anos, indica aumentos sempre inferiores a cinco por cento.

Como a maioria dos serviços de emergência implica deslocações curtas, os aumentos por cada um são na casa dos 20 e 30 cêntimos, nunca ultrapassado um euro se forem inferiores 100 quilómetros.

Os bombeiros com ambulâncias preparadas para serviços de emergência recebem trimestralmente um subsídio de 3.242 euros, valor que não irá sofrer qualquer actualização. Duarte Caldeira realça o facto de as 37 ambulâncias geridas directamente pelo INEM terem, segundo garante, um orçamento mensal para vencimentos para a tripulação de 9.350 euros cada uma, o que dá uma verba diária de 311 euros, «mesmo que estejam paradas».

Com os valores pagos aos bombeiros, cada ambulância dispõe, de uma quantia de 36 euros/dia, contarpõe o presidente da estrutura representativa dos bombeiros portugueses. «Ou o INEM considera que os bombeiros são uns desqualificados ou está a usá-los como mão-de-obra», acusa Duarte Caldeira.

Perante este cenário, o responsável da LBP diz que vai exigir ao INEM o retomar das negociações para acordar os valores dos subsídios com que diz discordar.

Aumento pequeno

O aumento dos subsídios vai ser inferior a cinco por cento, de acordo com uma tabela que vai esta terça-feira acordada.

Comparando a tabela antiga com a que vai vigorar, e a que a agência Lusa teve acesso, o aumento máximo registado é de 4,5 por cento e refere-se a saídas de emergência (ida e volta) onde uma ambulância percorra entre 99 e 125 quilómetros.

Agora são pagos à corporação de bombeiros 54,1 euros, que sobem para 56,7 com o novo acordo, segundo as tabelas que vão vigorar.

A saída mais curta, entre zero a 17 quilómetros, passa de 8,6 para nove euros, um aumento de 4,4 por cento.

A nova tabela passa a incluir mais quatro escalões: deslocações entre os 126 e os 152 quilómetros serão pagas a 62,55 euros cada uma, entre os 153 e os 179 quilómetros a 74.70 euros, entre 180 e 206 quilómetros a 86,85 euros e superior a 206 quilómetros a 99 euros.

Esta diferença, segundo um especialista contactado pela Lusa, é um incremente para que as corporações tenham tripulantes de ambulâncias treinados para o socorro de emergência.

PortugalDiário, 20 de Março de 2007

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