quinta-feira, 12 de abril de 2007

Reflexão...

Caminha placidamente entre o ruído e a pressa. Lembra-te de que a paz pode residir no silêncio.


Sem renunciares a ti mesmo, esforça-te por seres amigo de todos.


Diz a tua verdade quietamente, claramente.


Escuta os outros, ainda que sejam torpes e ignorantes; cada um deles tem também uma vida que contar.


Evita os ruidosos e os agressivos, porque eles denigrem o espírito.


Se te comparares com os outros, podes converter-te num homem vão e amargurado: sempre haverá perto de ti alguém melhor ou pior do que tu.


Alegra-te tanto com as tuas realizações como com os teus projectos.


Ama o teu trabalho, mesmo que ele seja humilde; pois é o tesouro da tua vida.


Sê prudente nos teus negócios, porque no mundo abundam pessoas sem escrúpulos.


Mas que esta convicção não te impeça de reconhecer a virtude; há muitas pessoas que lutam por ideais formosos e, em toda a parte, a vida está cheia de heroísmo.


Sê tu mesmo. Sobretudo, não pretendas dissimular as tuas inclinações. Não sejas cínico no amor, porque quando aparecem a aridez e o desencanto no rosto, isso converte-se em algo tão perene como a erva.


Aceita com serenidade o cortejo dos anos, e renuncia sem reservas aos dons da juventude.


Fortalece o teu espírito, para que não te destruam desgraças inesperadas.


Mas não inventes falsos infortúnios.


Muitas vezes o medo é resultado da fadiga e da solidão.


Sem esqueceres uma justa disciplina, sê benigno para ti mesmo. Não és mais do que uma criatura no universo, mas não és menos que as árvores ou as estrelas: tens direito a estar aqui.


Vive em paz com Deus, seja como for que O imagines; entre os teus trabalhos e aspirações, mantém-te em paz com a tua alma, apesar da ruidosa confusão da vida.


Apesar das tuas falsidades, das tuas lutas penosas e dos sonhos arruinados, a Terra continua a ser bela.


Sê cuidadoso.


Luta por seres feliz.

Inscrição datada do ano de 1692

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